Não sou a WeWork. É com essa frase curta, mas marcante, que o engenheiro Fernando Bottura, criador da GOWORK, tenta provar para o mercado que a causa do fracasso da startup WeWork que enfrenta um concorrente diferenciado em São Paulo, está na empresa americana, e não no modelo de negócio de escritórios compartilhados.
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O início de tudo
Em 2011, durante uma viagem a trabalho pela Riccó, empresa de implantação de escritórios para outras companhias, Bottura conheceu o Miami Shared, um escritório compartilhado. O ambiente chamou tanto a atenção que o engenheiro deixou o emprego e passou a procurar imóveis para replicar o modelo de negócio aqui no país.
E tudo aconteceu de forma rápida: passados apenas 45 dias, e com um investimento inicial de R$200.000,00, o coworking Clubwork foi aberto na Avenida Paulista e logo recebeu 240 funcionários da Nextel, empresa de telecomunicações. Em 2013, a empresa mudou de nome para GOWORK e, desde então, não para de crescer em ritmo acelerado.
Mas o que Bottura não podia prever era que, no meio do caminho, a WeWork, startup americana criada em 2010 e referência no setor, entraria numa espiral de fracassos e cancelaria sua abertura de capital na bolsa. De lá para cá, o CEO da GOWORK tenta provar que o problema está na concorrente americana, e não no negócio de escritórios compartilhados.
Apesar do fracasso da WeWork, a GOWORK cresce
No ano de 2019, mesmo com os questionamentos acerca do modelo de negócios da WeWork, a GOWORK dobrou de tamanho com 6.000 espaços de trabalho em 14 endereços em São Paulo, sendo 13 com ocupação total do edifício. “Quero ter a gestão completa do prédio para conseguir fazer a conta fechar”, diz Bottura.
E o sucesso da GOWORK se explica nos diferenciais que a empresa oferece aos clientes. O valor mensal do aluguel de uma estação de trabalho na Avenida Paulista, por exemplo, varia de 500 a 900 reais, ante os 1.460 reais cobrados pela rival americana: WeWork.
Para fechar a conta, a empresa economiza. O custo para montar cada estação é de 1.100 dólares, até um quinto da média do mercado. O visual, apesar de simples, é moderno e funcional. O mobiliário é importado da Ásia e as reformas e ajustes técnicos são feitos internamente.
“A GOWORK está aqui para provar que o modelo de coworking é um sucesso quando feito da maneira certa.”
Fernando Bottura, CEO da GOWORK
Futuro promissor
Para acelerar a expansão nacional, a GOWORK investe na diversificação do negócio e planeja franquear unidades. A modalidade de escritório virtual também interessa a startup. Lançado em outubro, o GoVirtual é um plano no qual o locatário não aluga um espaço físico, mas sim um endereço para receber encomendas.
Para o futuro, Bottura estuda a aquisição de imóveis com um aporte inicial de 360 milhões de reais de Certificados de Recebíveis Imobiliários. “Não quero ficar buscando investidores, quero rentabilidade. A empresa precisa rodar sozinha”, afirma o engenheiro e CEO da GOWORK.
Fonte: Exame